Nos últimos anos, a preocupação com o aspecto emocional tem se tornado cada vez maior. Com isso, conceitos como a resiliência e outros dessa natureza estão se popularizando, em parte por que a internet potencializa a circulação de informações, além do aumento de doenças como a depressão em todo o mundo.

O Brasil, por exemplo, é campeão na América Latina em casos de ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, são cerca de 18, 6 milhões de pessoas sofrendo com esse problema. 

Nesse sentido, é cada vez mais importante falar sobre a saúde mental, principalmente do que pode ser feito para ter mais equilíbrio, mesmo em condições adversas. 

Na família, entre amigos ou no trabalho, a resiliência é um traço que pode elevar a qualidade de qualquer relação. A seguir, saiba o que ela significa e como alguém pode aprender a ser resiliente. 

Afinal, o que é resiliência?

Termo emprestado da física para a psicologia, o conceito original de resiliência diz respeito ao nível de resistência que um material possui ao sofrer pressões e à capacidade que ele tem de retornar ao seu estado original, sem danos ou ruptura. 

Ao analisarmos essa característica de alguns materiais, entendemos o porquê da psicologia analisá-la em pessoas. A resiliência psicológica é a capacidade de recuperação emocional que as pessoas têm diante das diferentes situações pelas quais se pode passar, como uma situação de estresse.

Seja por problemas pequenos do dia a dia, seja devido a grandes dificuldades que acontecem durante a vida, ser resiliente é, de forma geral, não se desestabilizar cada vez que algo dá errado.

Mas isso não significa que a pessoa resiliente não se entristeça em alguns momentos ou tenha dificuldade de lidar com os problemas. Acontece que o estado de tristeza, raiva, ou qualquer que seja, passa a paralisar o indivíduo num quadro patológico. 

Quando o sentimento se instala de forma que parece não ter fim, é que podemos dizer que é preciso aprender ou reaprender a capacidade de retornar a um estado de equilíbrio. 

O desafio parece grande, mas a boa notícia é que é possível aprender a ser resiliente, uma vez que isso se dá em um processo de aprendizagens ao longo das experiências. Quanto mais se pratica a resiliência, mais você se torna resiliente.

De fato, a criação tem um peso importante na vida de uma pessoa, principalmente na dimensão psicológica. Porém, é sempre possível mudar, e mais importante é reconhecer essa necessidade de mudança. A partir daí, tudo fica mais fácil de conquistar. 

Como se tornar uma pessoa resiliente?

Ao passar por uma situação adversa, as pessoas em geral tendem a reagir das seguintes formas: 

• ceder a uma interpretação negativa do fato, sem enxergar qualquer responsabilidade ou possibilidade de fazer parte do problema;
•  ter uma postura mais ativa diante do acontecimento, buscando maneiras de melhorar ou resolver a situação.

Na primeira maneira, há uma tendência a se vitimizar pelo ocorrido, abrindo mão de qualquer tipo de controle sobre a situação. Dessa forma, não se enxerga uma atitude de mudança, muito menos qualquer responsabilidade em buscar a solução do problema.

Ao contrário disso, a postura ativa diante das adversidades representa uma maneira de viver, em que o indivíduo toma as rédeas da sua vida por completo, inclusive na solução de situações mais difíceis. 

Esse tipo de atitude fortalece o indivíduo, tornando-o cada vez mais capaz de resolver seus conflitos. Assim, ele não se sentirá atingido ou desestabilizado quando as coisas saem do eixo, muito menos enxerga o mundo sob um olhar pessimista. 

Ao adotar essa conduta mais ativa na vida, encarando as situações com equilíbrio, a resiliência vai se constituindo em sua personalidade, tornando-se cada vez mais presente. Ser resiliente não é um estado pronto e definitivo, mas um exercício constante, que deve começar nas pequenas coisas do dia a dia até atingir as mais difíceis.

Trata-se acima de tudo de mudar a forma de olhar para os fatos, deixando de se colocar como vítima de tudo que dá errado e enxergando a sua responsabilidade sobre a própria vida. Afinal, em todas as situações ruins que acontecem, você está lá.

Por isso, ninguém melhor do que você para resolvê-las, sem peso ou culpa, apenas com a noção de que tudo é aprendizado e pode ser revertido em algo bom. Não é preciso se torturar com uma lembrança ruim. Aprender a seguir em frente é necessário para ter experiências novas e melhores.

Que tipo de comportamento ajuda a ser resiliente?

Alguns comportamentos são essenciais para quem percebe que precisa se tornar mais resiliente diante das dificuldades. Muitos deles podem ser colocados em prática diariamente, nas situações mais comuns da rotina, como um exercício. Veja a seguir quais são eles:

• encarar mudanças como oportunidades;
• buscar autoconfiança para resolver os problemas;
• acreditar na sua própria competência;
• não abrir mão do bom humor;
• expressar as emoções de forma equilibrada;
• ter empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro (muitas vezes até por quem lhe causou algum mal ou incômodo);
• manter o otimismo, mesmo em situações difíceis. 

Todas essas orientações trazem benefícios diretos para quem as pratica. Muitas vezes, deixamos de colocar algumas delas em prática por achar que estamos sendo “bonzinhos” demais, mas a verdade é que os principais beneficiados de tudo isso somos nós mesmos. 

Outras vezes, tentamos e não conseguimos. Para quando se percebe que uma situação não pode ser resolvida por você, o processo de Coaching é indicado para que comportamentos funcionais sejam desenvolvidos, superando possíveis crenças limitantes que impedem essa mudança. 

Ser resiliente não é fingir que não sente, nem evitar as emoções. É adotar uma postura mais madura em relação a elas, de forma que não dominem e muito menos prejudiquem você. Quando se consegue alcançar a resiliência, percebe-se que os momentos ruins sempre passam e, por isso, não vale a pena eternizar ou agravar algo que pode ser apenas um de tantos outros momentos da vida. 

E você, acha que pode ser mais resiliente? Deixe um comentário aqui, contando-nos o que você acha mais difícil, dentre todas as coisas que falamos, de colocar em prática. Queremos saber o que você tem a dizer!